domingo, 8 de abril de 2012

Fábulas periféricas

Sem os beijos os príncipes serão sempre sapos

Belas princesas perderam seus sapatos

Seus vestidos esfarrapados sujam-se com as abóboras podres, catadas no corpo enferrujado do homem de lata.

A maçã não matou a bela, mas seu corpo sangra junto a fera.

Anões fogem apavorados, por estradas enlameadas.

Alice chora sozinha, lágrimas de criança faminta.

Talvez Pinóquio não minta e a história reflita

Fábulas sem felicidade

Simples realidade

( J M)

pensamento desenvolvido durante uma caminhada pela feira ,vendo uma criança catando restos no tambor

8 DE MARÇO

PODERIA DIZER QUE O DIA AMANHECEU ROSA

MAS PALAVRAS NÃO OCULTAM A HISTÓRIA

NÃO APAGAM A MEMÓRIA ,DE UM DIA CINZA

DE ATITUDE MACHISTA ,PENSAMENTO EGOÍSTA

ONDE MATARAM A FLOR

NENHUMA DESCULPA AMENIZA A DOR

DE UMA DATA PASSADA ONDE FALTOU AMOR.

MAIS QUE COMEMORAÇÃO. REFLEXÃO!

BAILANDO ,RUMO A REVOLUÇÃO.

NÃO HOJE ,MAS POR TODA VIDA,DIA A DIA

RESPEITO,IGUALDADE E HARMONIA.

( J M )

escrito no dia 8 /3/ 2012 - dia internacional da mulher enviada para as amigas

Visitas a ala da morte

Caminho até o ponto de ônibus
O sol ,a neblina da manhã ,tudo se tornou estranho
O que antes era rotina agora tem horário marcado
Aguardo na sala de espera ,o momento de entrar
Percorro lentamente corredor, parece ter quilômetros
Me distraio observando os enfermos ,muitos já sabem seu destino
Os segundos parecem horas ,para quem tem pressa de partir.
Nos leitos assuntos se repetem , expressões faciais tensas
Escondidos acendiamos um cigarro , não faz diferença
Após as mutilações, a morfina também não faria .
Com o tempo se cansou de tudo , deitou e calou
Imune a falsas esperanças , me olhava ,num gesto lúcido.
Pedindo . Desligue o botão !
Volto para casa , nada posso fazer, prossigo meu viver
E um dia se passa , ao cair da noite o esperado telefonema
Acabou a tinta na pena ,encerra - se o poema.
O anuncio do beijo da morte morte se faz
Relaxo , com o fim posso descansar em paz

( JM sobre fatos passados )

ILUSÃO FLORIDA

Ilusão florida

Sob atos medíocres, a história do poder se faz

Sangue manchou a praça da paz

Há tempos caiu o muro de Berlim

E fronteiras imaginárias ainda separam jardins

As flores não param as balas

Mas disfarçam os odores das valas sociais

Sob o manto do pecado, nova inquisição

Intolerância ,fuzil, guerras por religião

Expansão econômica,nova colonização

Protecionismo declarado, faces da globalização

Vida banalizada ganância e destruição

Constroem a paz ,sobre alicerces de ilusão

As flores não param as balas

Mas disfarçam os odores das valas sociais

Este "não é um poema" é uma letra que gosto bastante , escrevi para o projeto sonoro

(uma banda de hardcore que toquei ha um tempo atrás)

Onde tudo se deu início ( o zine)

O Zine aborto verbal saiu das entranhas de um porão suburbano produzido por alguma mente jovem inquieta e circulou por ai em 96 sempre distribuído gratuitamente em alguns eventos musicais e ruas , agora reaparece neste formato digital .

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Como disse o motivo do Corsário da Desgraça navegar pelos mares virtuais é divulgar bandas menos conhecidas que ando escutando ultimamente ,as vezes vou abrir uma exceção ,hoje lanço a âncora em mares conhecidos , postando um material interessante de duas bandas que dispensam comentários

creio que estas bandas dispensam vídeos