sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Percepções

Enquanto o pavão abre sua cauda tentando fazer de tudo belo.
O Galináceo não percebe que foi criado no chiqueiro , junto aos porcos .
E que afunda no mesmo mar de lama.
E ambos tem um fim comum :
Um morre para saciar a gula de natal. 
O outro morre para suprir a vaidade do carnaval.





terça-feira, 21 de novembro de 2017

Canto para indiferença

Canto para indiferença
A indiferença 
Dobrou a esquina do afeto.
Como droga dilatou a pupila.
Ofuscando o brilho da retina.

A indiferença
Agora se faz prece.
Na face , nunca esquece !
Caminha na rua,senta à mesa.
Olha a vitrine,se reconhece ao espelho.

A indiferença
Ao divagar ,chegou devagar.
Na divisão do peito foi contundente.
Derrubou a porta ,invadiu a mente.
E no frio aparente,"desalojou o amor" ...

JM .

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Vinte mil léguas virtuais.

Vinte mil léguas virtuais .
Atento assumo o timão
de minha existência
Me vejo um imediato 
Adepto da ciência e ceticismo
de Nemo .
Navegando o nautilus
Percorrendo o mar virtual
Atravesando as tormentas
Observando pelo periscópio.
Sobrevivendo ao fogo cruzado
Entre piratas e guarda real
Travando sua batalha .
Cada nau apertando a tecla
Disparando o canhão da sua verdade
Buscando o alvo absoluto.
Tentando cravar a bandeira no território de interesse .
Silênciosamente submerjo
Para navegar à deriva
Emergir à frente do mar de lodo .
Em busca do continente perdido.
Onde eu possa atracar
Para morrer em paz.
JM

segunda-feira, 14 de agosto de 2017


A essência de dEUs está na subtração das consoantes.

O ser humano é a personificação
Do enigma da esfinge
Decifra - me ou te devoro...

terça-feira, 18 de julho de 2017

Silêncio ?

O silêncio 

"Bagagem"!
Obesidade ruidosa 
Não se perde na corrida.
Nem melhora com dieta


O silêncio .
"Implacável" !
Pugilista de estilo,mutável
Peso pena quando golpeado
Peso pesado aplicando nocaute

O silêncio 
"Atmosfera".
Transborda e esvazia no abraço
No espaço se perde no vácuo.
Incendiando na reentrada .

O silêncio. 
"Orquestrado" !
Nota que atropela o "bumbo 
Descompassando a melodia no peito
À sua "ultima palavra"....cantada...



16/07 / 2017 ....(SP 50 reflexões que acompanharam o retorno )

domingo, 16 de julho de 2017

Respostas para perguntas sobre pessoas especiais e saudades


 O Sol ainda nem saia 

Me perguntaram por onde tu andaria .


De saudade Tremi  ,

Sei que foi intenso  

E durou que duraria .

Se é possível , Assim definiria 

Afinal : 

Ela  é  na página  da existência a mais  forte e bela poesia .

E eu  a  revolta  pichada  no  muro cinza  da periferia .





 JM       
(divagações sobre perguntas que ainda mexem no peito mesmo após um tempo )

Vida sem acostamento (percepções de um ciclista na rodovia )


















Vida sem acostamento 

O tempo passa em harmonia biomecânica 
.A roda gira o Mundo, ou Mundo gira a roda?
A paisagem se torna comum à rotina.
 Acompanha o tapete cinza da rodovia. 
Silêncio quebrado, batimento acelerado.
Tensão, medo, prazer e liberdade.
A decisão, uma fração de segundo.
O vento, o deslocamento lateral.
Sobrevivente, novamente!
Sensação de alivio, a cabeça balança.
Somente um pensamento :
Respeito!Vida em movimento .

    (J.Maurer em dia tenso na SP 50 )




II


















"Inverno na SP 50"

A roda gira o mundo.
Percorrendo o frio tapete cinza da rodovia.
A neblina impede a visão e umedece o corpo exposto.
A alma transborda calor e aquece a vida oculta nas entre pistas. 


( JM)


III

SP 50 - Obras 

O mundo gira a roda.
Pare siga, Siga pare.
Placas novas ,indicam mudanças
Maquinas na pista,homens trabalhando.
Será que também vivem ?
A cabeça com o capacete da obra balança.
Em resposta a minha balança também.
Passo batido, pelo transito contido
Pista livre ! Ou só uma breve anistia para o ciclista?
Tapando os buracos ,e as manchas
Um novo tapete cinza será estendido.
A medida que aumenta a velocidade.
Cresce também a fragilidade..
As cruzes não indicam Alegria !
A curva ainda é fria, seja noite ou dia.


JM(durante operação pare siga)

















IV


Giro contrário ( o receio )



Noite clara de lua 

A alma se sente nua 

Calafrio na espinha 

Densa. inexistente neblina 

De forma muito estranha

amedronta , engana .

 A rodovia escura se impõe

Bem  mais que minha  luz.

Com suas curvas. idas e vindas 

A rodovia é a mesma 

Eu não .

Momento à deriva 

Rodas  giraram  sem chão

A noite não me traz  convicção

Para seguir  na pista 

Retorno ,sem partir 

Em mão dupla o sentido correto.

 O caminho  do centro 

Aponta para mim mesmo.

(14/06/2014)

V


Entre idas e vindas(Sp 50)
A chegada tem a cabeça
Acolhida no ombro da partida
Assim aguarda.
Despedida!
O alforge da vida .
Pesado !
Tambem trago abraços .
Para aliviar o peso .
Repasso!
O mundo gira roda ou a roda gira mundo ?
Em êxtase biomecânico.
Medito!
Enquanto a paisagem
Passa pela ocular
Protegida pelo ocúlos .
Paro respiro e concluo :
......

...... "Cisco no olho" arde !
JM 16/07/2017



VI 

30 minutos

Na noite vento contra,atrito!
Em um flash ficam para trás: 
As cruzes ,a reta ,a curva fria.
Olhos atentos iluminado a estrada.
JM

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A Prece ?

A Prece ?
Se um por um momento o Ateísmo 
Resolvesse me abandonar .
E eu me colocasse esperançoso à rezar 
Minhas preces alcançariam 
Durruti ,García Oliver e Ascaso
Não, nunca foram um santos 
solidariamente livres fizeram milagres ,
multiplicaram balas . despertando encanto 
Em memória a Thoreau
celebraria o ato desobediência civil .
Vendo Bakunin internacionalmente crucifixado 
frente ao altar acenderia o pavil.
Em procissão sob o sangue incandescente 
de Phrudon ,pediria o fim do estado 
para poder repartir por igual o pão.
Em um copo de vidro qualquer 
Beberia vinho ressuscitando Malatesta .
Revolucionariamente em louvor 
dançaria com Emma Goldman.
E quando sentisse a alma que não tenho
totalmente leve do peso social da desigualdade.
Observaria o Céu como os olhos de Élisée Reclus
E diria : Em nome dos povos , da revolta 
 Do espirito " insano " 
AMÉM, .........

JM
Entre ruas e xadrez 

Gosto do xadrez das ruas

À admirável capacidade.


de oferecer desencontros.


Ampla percepção da retina 


À observar as "peças sociais"


Sua dinâmica e movimentação


À intenção do xeque no tabuleiro.


Sempre pressionado pelo tempo

Sobre a trinca da ampulheta

Reside o lapso da indisposição

Mantenha se na " partida com respeito ao próximo ,

sem expectativas de empatia.

Em algum momento


A lógica antecipa .


o silêncio que precede




O MATE !

XEQUE MATE !



quarta-feira, 26 de abril de 2017

sexta-feira, 17 de março de 2017

E assim segue a linha do tempo



E assim segue a linha do tempo !
Em tempos globalizados
De tecnologias rápidas
 Onde fronteiras deviam cair 
E serem transpassadas
Passaportes rasgados
Por não serem mais necessários
Obsoletos á liberdade .
O caminho inverso é traçado
A humanidade desenvolve
O dom da arquitetura
Em projetar muros ,
Somada a engenharia
Para implodir pontes
Geopoliticamente
Neste movimento inverso de translação
De sobrenome Trump
Temos muito o que Temer
Adentramos uma linha geológica
 Belicista e intolerante .


JM

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Poesia marginal em 87

Acervo de poemas manuscritos  datados de  87  a  90 deixado por Stjepan Maurer Neto(RIP)  me deixou de herança livros poemas  uma mochila de montanha  o gosto pela leitura ,pelo anarquismo ,pelas montanhas e pela musica critica e diferenciada e ótimas historias juntos na memória 




Olho cego 

Vários homens caminhavam perdidos 
um olho olhava
Pessoas tombavam de seus pedestais 
e um olho não compreendia
Outros caminhavam 
um olho ignorava 
Homens andavam lado a lado .
Enquanto um olho chorava poesia 
 outro sangrava desespero 
Homens espancavam 
um olho pedia clemencia 
Enquanto outro sangrava  de roxo 
homens faziam a desgraça 
E o olho ainda não entendia 
E de tanto ver e não entender 
O olho se fechou 
E passou a ver fechado , ai entendeu 
Se iluminou e passou a derramar amor 
Novamente vieram outros homens  
e obrigaram o olho a se fechar de novo 
Para que ninguém mais soubesse 
das verdades que ele descobriu 

Stjepan Maurer Neto . poema datado de 1986