quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Porno brasilis na zona eleitoral.
Alguém digita a senha e confirma,
Adentra à um quarto sujo no bastidor
Um turvo lençol estendido
De quatro em quatro as posições
E oposições se alternam .
Sob a cama da "democracia"
As faces que esperam se apresentam :
Uma romântica cheia de sonhos
E amores platônicos
Outra sadomasoquista
Depositando esperança na dor .
Empenhadas na masturbação social.
Se contentando com o gozo rápido.
Pois o orgasmo nunca virá .




domingo, 24 de junho de 2018

Conto ; Bolinho caipira (“um relato peri- urbano de São João”)

Conto ; Bolinho caipira (“um relato peri- urbano de São João”)
Sábado, a fogueira consumia suas últimas brasas pela manhã encerrando que restou do arraiá da noite anterior, Josemiro acordou cedo, reclamou da noite mal dormida embalada pelos fogos de artifício, engoliu rapidamente o café, e caminhou até o ponto esperar o coletivo lotado, embarcou até o centro onde adentrou outro coletivo até seu destino, para mais um dia de jornada, iniciava seu dia de trabalho em um hipermercado da cidade de São José dos Campos Devastados. Era mês de Junho, o clima de arrasta-pé, se espalhava em toda a cidade, festas juninas pipocavam por todo lado em bairros, escolas... Afinal! Quem não gosta de festa junina! Comilança, quitutes, barraca do peixinho, da cadeia, barraca do beijo, e o astro da festa, o bolinho caipira, um salgado a base de água e farinha de milho , frito e recheado com carne, típico da culinária caipira, originário do Vale do Paraíba. Durante o mês de Junho Josemiro e o outros repositores  trabalhavam dobrado para repor o estoque nas gôndolas de farinha de milho à demanda das festas juninas , seria o mês da mesma pergunta repetitivamente : Moço onde fica a farinha de milho ? Após 6 horas exaustivas apenas apontavam para os pellets onde se empilhavam os fardos . Os repositores apostavam entre eles o tempo que duraria a pilha de fardos, muitas às vezes eram abordados enquanto faziam a reposição do produto , eles se divertiam ,brincavam sobre a possibilidade do apocalipse zumbi da farinha de milho, senhorzinhos senhoras, criança homens mulheres invadindo o hipermercado se digladiando gritando:" Milho” “Milho” “Brain “Brain”. Entre uma reposição e outra, Josemiro e seus amigo de trabalho tornavam o dia de labuta mais leve ,filosofando sobre questões da transgênia da Monsanto à troca do pacote estourado no chão, é o mês, a bola da vez, a farinha de milho . No mês de junho a farinha exerce na maioria das pessoas um poder viciante, um efeito lisérgico. Pode-se fazer o bolinho qualquer dia, mas são meses esperando Junho. É tradição! É dia de São João. Enquanto Josemiro organiza uma prateleira ao fundo do hipermercado , quando é abordado por um casal de idade avançada ,simpáticos e sorridentes, perguntam: Moço tem farinha de milho? Josemiro responde: Acabou, está em falta ,apontando a gondola vazia . Duvidando de sua sina ingrata o casal indaga novamente : Mas nem lá dentro ? Tem certeza? Tenho Senhora , esta em falta no estoque . Neste momento os sorrisos se fecham a simpatia some , Josemiro se tornou o maior facínora da face do planeta , estragou o dia em família , a festa da paroquia , o aniversário... Roubou a cereja do bolo , Apagou a vela antes dos parabéns, apenas com uma simples frase negativa escrita na placa da gondola do mercado . Estamos sem farinha de milho no estoque. Desculpe o transtorno ! A partir daquele momento tornou –se o inimigo da clientela que adentrava o mercado todo enfeitado de bandeirinhas , pior quando ouvia : Não encontrei em três mercados ! Todos o problemas da humanidade naquele momento se resumem na falta da farinha de milho, sem o bolinho caipira a vida no São João parece estar fadada a extinção . Josemiro bate o ponto e inicia sua jornada de retorno, refletindo mentalmente à paixão das pessoas de sua região pelo bolinho caipira e da situação vivida. Enquanto retorna para casa ,sentado ao banco duro do coletivo, aproveita para fazer a única leitura disponível, um jornal que trazia uma propaganda sobre um mega empreendimento público à ser construído em sua cidade, com intuito de melhorar a mobilidade Com uma olhar mais fundo, ele reconhece ,,a paixão pela iguaria caipira tomou formas arquitetônicas: - Porra mano! Essa merda de ponte parece um bolinho gigante, caro pra cacete, possivelmente recheada da carne moída de gente que espera saúde e educação melhor no município, enquanto a quadrilha dança feliz. O dia de labuta de Josemiro está chegando ao fim, adentra a localidade rural onde reside, as ruas próximas a paróquia estão enfeitadas com a bandeirolas para festa de São João, no ar a fragrância de vinho quente, quentão, fritura se mistura a de fumaça. Adentra a fila, no caixa pede uma ficha de quentão, dirige se a barraca ao pegar o quentão uma voz indaga: Moço é São João! Não vai bolinho não! ?
(Jm)

Inspirado nas falas de um amigo repositor

terça-feira, 15 de maio de 2018

Solúvel e volátil


Se o amor for química!

Agito o espaço tempo.
Faço da indiferença
O solvente universal.
Diluindo o fel.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

rotina !

Dentro da jornada diária
Realizou bem mais que doze trabalhos
Se cansou ,
Perdeu - se no labirinto social.
Refletiu sobre a humanidade, 
E percebeu :
O toque de ouro de midas
ou o olhar petrificante da medusa
Podem originar-se do mesmo corpo .
( jm)


(

terça-feira, 20 de março de 2018

LAUDO.

O LAUDO
QUEM MATOU ?
QUEM PUXOU O GATILHO?
QUEM ........?

UM ÚNICO DEDO ACIONOU O DISPOSITIVO FATAL
VÁRIOS DEDOS ACIONARAM O CONFIRMA
AGORA NÃO ADIANTA ESQUIVAS E ACUSAÇÕES
ATRASADA À MAIS DE 500 ANOS
CHEGA À CENA DO CRIME
A PERÍCIA DE CONSCIÊNCIA
OS FATOS VERÍDICOS DO LAUDO
APONTAM:
- O CORPO NÃO SE LEVANTARÁ
- A MINHA ,A SUA DIGITAL ,ESTARÃO NAS CÁPSULAS DEFLAGADAS
- O RESÍDUO DAS PÓLVORAS EM NOSSAS MÃOS
- SAMBAMOS DE OLHOS FECHADOS
- ABRIMOS OS OLHOS AO ESTAMPIDO
- JOGO DE ROLETA RUSSA SOCIAL
- O TAMBOR DA ARMA DO ESTADO NÃO FALHA
- GIRA SEMPRE CARREGADO,
ACIONADO PELA OMISSÃO .
(JM)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O corredor .(percepções urbanas)

O corredor .(percepções urbanas)
Carro importado.
Trânsito parado .
Certeiro como o Sol
"Pixote" da o bote .
Corre como o vendaval
Alguem grita : pega ,pega !
O menino corre sem infância
Enquanto outra criança chora.
A perda do i phone .
"Pixote"pensa no danone.

Vai comprar droga !
Tem que matar no ninho!
Diz o transeunte insandecido
Socialmente entorpecido .
Outro Necrófago urbano .
Especialista em segurança.
Presidiário do condomínio .

"Pixote"some na avenida .
Talvez ele te ligue à cobrar.
E com ironia , lhe diga : Bom dia!
Apenas para te lembrar :
Do outdoor na quebrada .
Da felicidade velada , alvejada.

Mas hoje não ! Desista .
O menino invisível ,descalço.
Levou a medalha de ouro.
Entre os carros na pista .
Foi o melhor maratonista .

E tem que comemorar.
 (JM )

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Exôdo$.



Exôdo$..
Olhou o pasto.
Chutou o balde.
Esparramou o leite.
Matou a Vaca.
Vendeu a fazenda .
E partiu...


Exôdo$ (II)
Caminhando
A enxada nas costas.
Deixando a terra.
Maltusianamente enganado
Pela revolução fértil 
As velhas botinas 
Nunca tocarão o solo
De um latifúndio de couves .


JM

Cidadania ?

..O voto é uma arma .
Apontada para a própria cabeça
Em um macabro jogo de roleta russa 
Com o tambor completamente carregado ...

                                       Jm

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Apple


Rotten apple
Saciando desejos .
Eva, Adão ,computador
Serpente ,Newton
Bela adormecida .
Presente ,"mestre" ,professor.
Alvo nos olhos do arqueiro.
Amor na lixeira do parque
A mordida banguela 
Mitológica ou científica
Revela a textura ,o sabor 
À"gravidade do pecado."

Jm